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2012 - Livro Vermelho 2013

Beilschmiedia rigida (Mez) Kosterm. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 09-04-2012

Criterio: A2c;B1ab(iii)

Avaliador: Maria Marta V. de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie ocorre nos estado do Rio de Janeiro e, possivelmente, nos estados da Bahia e Espírito Santo, com EOO de 1.208,27 km². Popularmente conhecida como canela-batata,usada para a fabricação de móveis, foi considerada extinta, por não tersido coletada por 50 anos, entre sua descrição em 1932 e a década de 80, quandovoltou a ser encontrada. Em 2009, levantamento realizado em 17 áreas de FlorestaAtlântica Montana, apenas um indivíduo foi registrado. Em Macaé de Cima, Rio de Janeiro, aespécie foi coletada por Glaziou em 1889 e somente em 1988 foi recoletada. A ReservaBiológica de Macaé de Cima, não é regulamentada e sofre pressão antrópica causada principalmente pelo desmatamentopara construção de casas de veraneio, agricultura e pastagem, não garantindo a integridade das subpopulações da espécie.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Beilschmiedia rigida (Mez) Kosterm.;

Família: Lauraceae

Sinônimos:

  • > Hufelandia rigida ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Beilschmiedia rigida pertence ao grupo de B. curviramea, porém se distingue por apresentar cutícula espessa e paredes anticlinais retas. Além disso, esta espécie se difere por suas folhas opostas, obovadas, ápice arredondado, pecíolo longo, flores grandes e raques da inflorescência espessa (Nishida, 1999). Compartilha com B. angustifolia flor com ovário piloso, o que as difere das demais espécies do gênero (Araújo, 1994). Nomes-populares: Canela-tapinha, Canela-batata (Nishida, 1999).

Dados populacionais

Em um levantamento em 17 estudos na Floresta Atlântica Montana, Wesenberg e Seele (2009) encontraram o registro de somente 1 indivíduo de B. rigida com área basal de 0,40 m2.

Distribuição

Distribui-se nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro (Quinet; Baitello; Moraes, 2011). Foi considerada extinta por ficar desaparecida desde sua coleta tipo por Kostermans em 1938, mesmo após inúmeras excursões na região típica (Araújo, 1994). Porém, novos registros foram feitos a partir da década de 80 (vide aba distribuição, CNCFlora).

Ecologia

Beilschmiedia rigida é uma árvore, cerne aromático, ramo glabro, com brotos terminais pubescentes. Folhas opostas a subopostas, coriáceas, obovadas. Inflorescências paniculadas na axial das folhas ou agrupadas ao redor dos ramos terminais. Flores pilosas (Araújo, 1994; Nishida, 1999). Frutos elipsóides com superfície lisa. Floresce de setembro a novembro (Nishida, 1999). Dispersão por zoocoria, como pássaros, macacos e certos roedores (Araújo, 1994).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Incidência local
Severidade medium
Detalhes O maciço do Itatiaia vem sofrendo grandes pressões antrópicas desde os tempos coloniais, principalmente desflorestamento indiscriminado ocorrido durante o século passado para atender as necessidades madeireiras do eixo Rio-São Paulo. Uma considerável amostra das florestas da região foi, no entanto, conservada no Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro a ser criado no Brasil, em 1937. No entanto, ainda hoje este Parque sofre pressões antrópicas sérias, como a extração ilegal de palmito (Pereira et al., 2006).

Ações de conservação

1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Presente na Lista de espécies ameaçadas do Brasil, anexo I (MMA IN. 06 de 2008).

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Reserva Ecológica Macaé de Cima, Nova Friburgo, RJ (Coelho, 2000; Quinet, 2002) e Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Terosópolis, RJ (Wesenberg; Seele, 2009).

Usos

Referências

- QUINET, A.; BAITELLO, J.B.; MORAES, P.L.R. DE. Lauraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/index?mode=sv&group=Root_.Angiospermas_&family=&genus=Beilschmiedia&species=&author=&common=&occurs=1&region=&state=&phyto=&endemic=&origin=&last_level=subspecies&listopt=1&x=46&y=3>. Acesso em: 31/10/2011.

- MARQUES, C. A. Importância econômica da Família Lauraceae Lindl. Floresta e Ambiente, v. 8, n. 1, p. 195-206, 2001.

- PEREIRA, I.; OLIVEIRA-FILHO, A.T.D.; BOTELHO, A.S.; CARVALHO, W.A.C.; FONTES, M.A.L.; SCHIAVINI, I.;. Composição florística do compartimento arbóreo de cinco remanescentes florestais do Maciço do Itatiaia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Rodriguésia, v. 57, n. 1, p. 103-126, 2006.

- WESENBERG, J.; SEELE, C. Floristic-Structural composition and diversity of tree and woody understorey vegetation in the Montane Atlantic Forest of the Serra dos Órgãos National Park, Teresópolis, RJ, Brazil. In: GAESE, H.; ALBINO, J. C. T.; WESENBERG, J.; SCHLüTER, S. Biodiversity and land use systems in the fragmented Mata Atlântica of Rio de Janeiro. Göttingen: CUVILLIER VERLAG, p.259-280, 2009.

- NISHIDA, S. Revision of Beilschmiedia (Lauraceae) in the Neotropics. Annals of the Missouri Botanical Garden, v. 86, n. 3, p. 657-701, 1999.

- ARAÚJO, I. D. A. Beilschmiedia Nees (Lauraceae) do Estado do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: Univ. Federal do Rio de Janeiro, 1994.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

Como citar

CNCFlora. Beilschmiedia rigida in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Beilschmiedia rigida>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 09/04/2012 - 11:50:23